sábado, 2 de julho de 2011

Casa fechada.

Como uma casa fechada, tudo que se passava dentro dela, ela mantinha em segredo. Como uma casa fechada, o exterior se tornara um mistério, algo perigoso de se desvendar. Como uma casa fechada, o ar parecia demorar a chegar a seu interior, e ela constantemente sufocava. Como uma casa fechada, ninguém sabia o que tinha lá dentro. Como uma casa fechada, as coisas dentro dela não tinham brilho, vida ou emoção...
Mas alguém sempre bate a sua porta. Alguém chega devagar, te faz abrir as janelas, para observar o que está além do seu interior, e você olha com cautela para fora... E o vento batendo no seu rosto te faz sentir vivo. O sol emana um brilho intenso, suavizando todo o mar negro que havia lá dentro.
E então, depois de provar o gosto de estar vivo, de estar aberto-a-novas-emoções, se torna impossível querer se fechar novamente. Se torna impossível voltar a se enterrar numa escuridão dentro de si.
Por fim, abrimos a porta, e deixamos que a pessoa entre. E o interior se torna aconchegante. Se torna belo. Se torna vivo.
Como uma casa aberta - ao começarmos a amar - vivemos.

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