terça-feira, 29 de novembro de 2011


O problema foi nunca admitir que eu me via em você. Sempre tão egocêntrico, pensando só em si mesmo, insensível e idiota. Dizia para mim mesma que odiava esse teu jeito tão estúpido de agir com as pessoas, dizia e repetia, porque precisava acreditar que era verdade.  Não queria admitir que nós éramos iguais. Não queria aceitar que por sermos tão parecidos eu amava te odiar.

Quando o amor se mistura ao ódio as coisas se tornam intensas demais. Tinha vontade de te matar e ao mesmo tempo de morrer por você. Queria te falar coisas horríveis e te fazer chorar só para depois poder te pegar no colo e fazer um carinho. A cada briga eu precisava dizer tudo que eu odiava em você. Odiava seu jeito, sua roupa, sua voz rouca, seu cheiro e odiava te amar. Te amar tanto que eu não conseguia te odiar nem por um segundo. Eu precisava dizer todos seus defeitos em voz alta para mais uma vez me fazer a seguinte pergunta: "Porque ele? Logo ele?".

Não entendo como pude me apaixonar por uma pessoa tão horrível. Eu nunca quis entender, mas eu sabia. Éramos tão iguais que estranho seria se nunca tivéssemos nos apaixonado. Acostumada a ver as pessoas cederem aos meus desejos sempre, acostumada a ver as pessoas irem atrás de mim e implorarem pelo meu amor. Acostumada a ter tudo que quis, na hora em que eu quis. Mas não com ele. Não. Ele não cedia aos meus caprichos e me chamava de mimada. Ele não corria atrás de mim mesmo estando errado e me dizia sempre que estava esperando uma atitude minha. Ele não me dizia o que eu queria ouvir e me deixava louca. Louca de ódio. Louca de amor. Louca por ele.

E no fim, eu nunca disse a ele o que eu sentia mesmo sabendo que eu sentia. Nunca disse o quanto eu queria, mesmo sabendo que eu queria. Muito. Mas acho que nossa relação está acima de qualquer palavra, acima de qualquer gesto. Gostamos de viver em constante guerra, amor e ódio, é isso que mantêm nossa paixão acesa. Queimando. Incendiando. E vai ser sempre assim, até o dia em que alguém ceder e transbordar sentimentos pela boca. Mas já vou avisando, não espere isso de mim tão cedo, afinal.. Eu te odeio, garoto.

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