Houve um momento -Perdido em algum ponto entre o sublime e o inconsolável - que eu tive mais uma conclusão sobre o que me rodeava.
Existem certas
pessoas que florescem dentro da gente de uma forma muito bonita. Tão
bonita que a gente rega, a gente cuida, a gente aquece, a gente protege.
E essas pessoas se tornam cada vez maiores, e vão enraizando de uma
forma que fica quase impossível de arrancar. Estaria tudo bem se, por
consequência da vida, as pessoas não mudassem tanto. Não apenas pelo
fato de mudar, mas pelo fato dessa mudança transformar essas pessoas que
floresceram tanto em flores carnívoras que vão devorando a gente por
dentro, devorando toda a vontade de mantê-las perto. E quando isso
acontece, a gente deixa de regar, deixa de cuidar, de aquecer.
Transformamos nosso interior num inverno irremediável para essas
pessoas, e aí elas secam. O resumo disso é que tudo que começa a nos
destruir por dentro, acabamos deixando morrer uma hora ou outra, e tudo
que sobra são folhas secas, até que, com o tempo, não sobra nada. Somos
um depósito de folhas secas e também de raízes. Porque ainda há tanta
coisa enraizada, ainda há tanta coisa que não deixamos morrer... E as
vezes isso é tão bonito...
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