Tive
um daqueles momentos em que surgem epifanias; um momento muito breve,
enquanto eu observava a água da chuva escorrer pela janela escura do
quarto. De um jeito ou de outro, a chuva sempre me leva a pensar... As
vezes dói. As vezes não faz sentido. As vezes é inútil. Mas é
inevitável.
De
qualquer modo, voltando ao foco do pensamento-epifania , eu percebi que
mais difícil do que deixar que alguém entre na minha vida, é manter
essa pessoa por perto. Nós podemos começar com um oi-te-vi-hoje ou um
elogio ou qualquer forma interessante de se iniciar um diálogo. - Um
diálogo bem elaborado é a forma mais fácil de prender minha atenção. As
pessoas com conversas agradáveis são raras. A maioria foca o diálogo em
si e acaba num monólogo, e eu acabo sendo a platéia.
A
gente não sabe usar o tempo a nosso favor; pois o mesmo tempo que faz
uma relação evoluir, também a desgasta. É exatamente com isso que é
complicado lutar: O desgaste. Até que tudo vira pó e o vento se
encarrega de levar para longe.
...Mas
o fato de deixar-alguém-entrar e de manter-alguém-na-sua-vida não é
mais difícil do que perder alguém que você ama. Nenhuma sensação – E
estamos falando de muitas sensações – é pior do que perder alguém. Por
isso a gente tenta. Por isso a gente espera que o nascer do sol amenize
uma briga e o tempo a apague. Por isso a gente engole o orgulho como se
fosse café amargo. Porque é melhor sentir a breve dor de um orgulho
partido do que a partida de alguém essencial.
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